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Blog da Omni Distribuidora

Os riscos da cibersegurança e dos dados nos hospitais

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Notebook com holograma digital na frente de login e senha + subtítulo

Modernização na área da saúde

A digitalização trouxe agilidade, precisão e integração de dados na área da saúde. Hoje, prontuários eletrônicos, telemedicina e sistemas hospitalares interligados estão em pleno funcionamento em clínicas e hospitais de todo o país. Mas essa modernização, apesar de seus inúmeros benefícios, também abriu uma porta perigosa: a da vulnerabilidade cibernética.

Com sistemas cada vez mais conectados à internet, cresce também a exposição a ataques virtuais e aos riscos da cibersegurança. Dados médicos deixaram de ser apenas documentos confidenciais e passaram a ser ativos digitais valiosos, cobiçados por hackers que veem nesses registros uma fonte de lucro e chantagem.

A saúde na mira dos ciberataques

Nos últimos anos, hospitais públicos e privados passaram a aparecer com frequência em manchetes por motivos preocupantes: interrupções de atendimento, vazamento de dados, sequestros digitais e falhas graves na segurança da informação.

Segundo um relatório da IBM de 2023, a área da saúde foi, pelo terceiro ano consecutivo, o setor com maior custo médio por vazamento de dados, ultrapassando indústrias como finanças e tecnologia. Isso ocorre porque os registros de saúde contêm informações muito mais completas do que simples senhas ou dados bancários. Um histórico médico completo pode incluir diagnósticos, receitas controladas, histórico familiar, dados pessoais e até detalhes de seguro ou cartão de crédito.

Esses dados, uma vez vazados ou vendidos no mercado ilegal, podem ser usados para fraudes, extorsões, falsificações de identidade médica ou até esquemas de obtenção de medicamentos controlados. Em muitos casos, o paciente sequer sabe que teve suas informações violadas — e só descobre após sofrer algum golpe.

Um sistema fragilizado

Apesar de armazenarem informações tão sensíveis, muitos hospitais operam com sistemas ultrapassados, servidores desatualizados e equipes sem treinamento específico em segurança digital. Essa combinação torna as instituições alvos fáceis.

A falta de investimento em infraestrutura tecnológica, especialmente no setor público, é um dos principais fatores que contribuem para essa fragilidade. Em muitos casos, os sistemas hospitalares foram criados para facilitar o atendimento, mas sem uma base sólida de segurança por trás. Isso inclui desde falhas básicas como o uso de senhas fracas até a ausência de protocolos de resposta rápida em caso de ataque.

Além disso, os ataques evoluíram. Hoje, cibercriminosos utilizam técnicas sofisticadas de engenharia social, como e-mails falsos extremamente convincentes, que se passam por fornecedores ou colegas de trabalho. Um clique em um link malicioso é o suficiente para comprometer todo o sistema da instituição.

Principais ataques cibernéticos na área da saúde

Segundo a Saúde Digital News, os ataques mais comuns são:

  • Ransomware: sequestro de dados com pedido de resgate;

  • Phishing: e-mails falsos que induzem profissionais a clicar em links maliciosos;

  • DoS (Denial of Service): sobrecarregam o sistema, tirando-o do ar.

Impactos reais para pacientes e profissionais

Um ataque cibernético a um hospital não afeta apenas os computadores. Ele pode literalmente paralisar atendimentos, suspender exames, adiar cirurgias e atrasar diagnósticos importantes. Em unidades que operam com alta rotatividade de pacientes, como pronto-socorros, qualquer interrupção pode representar risco direto à vida.

Para o paciente, a violação de dados representa uma quebra de confiança e mostra claramente os riscos da cibersegurança. A saúde é um dos campos mais sensíveis em termos de privacidade, e saber que informações íntimas e clínicas foram expostas pode causar danos psicológicos, além dos riscos financeiros.

Do ponto de vista jurídico, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige que os dados dos pacientes sejam tratados com responsabilidade e segurança. Casos de negligência nesse sentido podem resultar em sanções administrativas, processos judiciais e multas expressivas para as instituições envolvidas.

O desafio da prevenção

Garantir a segurança digital em ambientes hospitalares não é uma tarefa simples. Exige investimento contínuo, atualização tecnológica, políticas internas bem definidas e, acima de tudo, cultura organizacional voltada à proteção da informação.

A prevenção deve começar com a análise de vulnerabilidades e o mapeamento de riscos digitais. Treinar os profissionais — médicos, enfermeiros, recepcionistas e até estagiários — para identificar comportamentos suspeitos é fundamental. Em paralelo, é necessário estabelecer rotinas de backup, controle de acesso a sistemas e implementação de protocolos rígidos de autenticação.

Grandes hospitais no Brasil já estão criando comitês internos de cibersegurança, reunindo profissionais de TI, compliance e gestão hospitalar para criar políticas próprias. Alguns têm investido em seguros contra incidentes cibernéticos, uma medida cada vez mais comum no setor privado.

Casos emblemáticos e o alerta que fica

Em dezembro de 2021, o Conecte SUS — sistema do Ministério da Saúde — ficou fora do ar por dias após um ataque hacker. Com ele, milhões de brasileiros perderam temporariamente o acesso às informações de vacinação contra a Covid-19, afetando não só a saúde individual, mas também a gestão pública da pandemia.

Outro exemplo foi o ataque ao Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que precisou agir rapidamente para evitar maiores prejuízos. O incidente levou a uma revisão completa da sua política de segurança digital.

Esses casos servem de alerta: não se trata mais de “se” o hospital será atacado, mas de “quando” — e de como estará preparado para responder.

Conclusão

O avanço da tecnologia na saúde é irreversível e necessário. Mas ele precisa ser acompanhado de responsabilidade e proteção. Garantir que os dados dos pacientes estejam seguros é tão importante quanto garantir um bom diagnóstico ou um tratamento eficaz.

Mais do que uma questão técnica, a cibersegurança na saúde é hoje uma questão ética, legal e, acima de tudo, humana.

É importante, no entanto, tranquilizar você, leitor: apesar dos riscos da cibersegurança, a maioria dos hospitais brasileiros — especialmente os de médio e grande porte — já está adotando medidas concretas para reforçar a segurança de seus sistemas. A implementação da LGPD trouxe um impulso positivo nesse sentido, forçando instituições a revisar seus protocolos e investir mais na proteção de dados.

Ademais, casos de ataques são exceções, não a regra. A tecnologia é uma aliada da saúde, e os profissionais estão cada vez mais conscientes da importância da segurança digital. Portanto, ao buscar atendimento médico, você pode — e deve — questionar sobre a proteção de seus dados, mas saiba que há esforços sérios sendo feitos para garantir sua privacidade e segurança.

A conscientização é um passo essencial. E você já está dando o seu ao se informar sobre esse tema.

Fontes:
Futuro da Saúde;
Canaltech;
Globo;
IBM Security;
Saúde Digital News;
LGPD.