O mercado de saúde brasileiro está em plena transformação. Impulsionado por inovações tecnológicas, envelhecimento da população e ampliação do acesso a tratamentos, o setor deve crescer cerca de 9% até 2028, segundo relatório da consultoria IQVIA. A expansão será liderada por segmentos como indústria farmacêutica, planos de saúde e serviços médicos privados.
Panorama do setor de saúde no Brasil
De acordo com dados da IQVIA e do portal Futuro da Saúde, o mercado de saúde brasileiro movimentou aproximadamente R$ 867 bilhões em 2023. Esse valor deve ultrapassar os R$ 1 trilhão até 2028, com uma taxa de crescimento anual média de 9%.
O Brasil já figura entre os maiores consumidores mundiais de medicamentos, ocupando a sexta posição global, segundo o Statista. Esse avanço reflete não só o aumento da demanda interna, mas também a consolidação do país como um polo atrativo para investimentos em saúde.
Fatores que impulsionam o crescimento
1. Envelhecimento da população
Com projeções do IBGE indicando que o número de idosos deve dobrar até 2050, cresce a necessidade de atendimentos médicos contínuos, medicamentos e exames especializados. Esse cenário aquece o setor privado e desafia o sistema público.
2. Inovação tecnológica no setor de saúde
Ferramentas como telemedicina, prontuários eletrônicos e inteligência artificial têm revolucionado diagnósticos e tratamentos. Segundo a ABIFINA, o uso de IA na saúde teve um salto de 58% em 2023, tornando o setor mais eficiente e atrativo para investidores.
3. Expansão da saúde suplementar
O número de usuários de planos de saúde no Brasil ultrapassou 51 milhões em 2024, de acordo com a ANS. A busca por maior qualidade e agilidade nos atendimentos tem feito mais brasileiros optarem por serviços privados.
4. Indústria farmacêutica em crescimento
A Interfarma aponta que o segmento cresceu 11% em 2023, com destaque para medicamentos genéricos, de alta complexidade e biotecnológicos. Isso reforça o papel do mercado de saúde brasileiro como protagonista na América Latina.
Desafios para o setor
Apesar das boas perspectivas, há barreiras que podem limitar o crescimento:
Desigualdade no acesso aos serviços de saúde, com 70% da população ainda dependente do SUS;
Inflação médica e judicialização, que pressionam os custos das operadoras e hospitais;
Falta de profissionais em regiões remotas, dificultando o atendimento em áreas menos desenvolvidas.
Tendências e investimentos futuros
O fortalecimento da saúde digital, o crescimento das redes de atenção primária e o aumento de fusões e aquisições devem marcar os próximos anos. De acordo com o Valor Econômico, os investimentos privados no setor podem ultrapassar R$ 20 bilhões até 2026.
Além disso, o Brasil deve atrair novos players internacionais interessados na infraestrutura hospitalar e em startups de healthtech.
Conclusão
O mercado de saúde brasileiro passa por um momento estratégico. O avanço tecnológico, o envelhecimento populacional e o aumento da procura por planos privados colocam o país em uma rota de crescimento acelerado.
Contudo, para sustentar esse avanço, será necessário equilibrar inovação com inclusão, garantindo que os benefícios desse desenvolvimento alcancem toda a população — e não apenas uma parcela privilegiada.
Fontes:
Futuro da Saude;
Statista;
ANS;
ABIFINA;
Valor Econômico.