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Blog da Omni Distribuidora

Como farmácias podem se adequar à LGPD com segurança

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Aparelho médico com máscaras e martelo da justiça em cima de uma mesa

Por que a LGPD é tão importante para as farmácias?

Desde sua entrada em vigor, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) tornou-se um marco na regulamentação da coleta e uso de informações pessoais no Brasil. No setor farmacêutico, que lida com dados altamente sensíveis relacionados à saúde, a necessidade de conformidade com a legislação é ainda mais crítica.

Farmácias precisam rever suas práticas, desde o cadastro básico de clientes até a forma como armazenam e compartilham informações. Neste artigo, explicamos como farmácias podem se adequar à LGPD de forma estratégica, legal e segura — e por que isso é essencial para a confiança do consumidor e o futuro do setor.


O que a LGPD exige das farmácias?

A LGPD (Lei nº 13.709/2018) estabelece regras claras para o tratamento de dados pessoais, com atenção redobrada aos chamados dados sensíveis — aqueles que dizem respeito à saúde, orientação sexual, religião, entre outros.

No contexto das farmácias, dados como:

  • Histórico de doenças

  • Prescrições médicas

  • Uso de medicamentos

  • Resultados de exames

  • Informações de programas de fidelidade com dados de saúde

… são considerados sensíveis e exigem consentimento expresso, finalidade definida e segurança reforçada.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já alertou para práticas comuns que configuram violação da lei. Um exemplo: exigir CPF para liberação de descontos sem oferecer alternativas equivalentes é considerado tratamento abusivo de dados.


Passo a passo para adequar sua farmácia à LGPD

1. Mapeamento dos dados coletados

O primeiro passo é identificar:

  • Quais dados são coletados

  • Onde são armazenados

  • Quem tem acesso a eles

  • Por quanto tempo permanecem nos sistemas

  • Com quem são compartilhados

Esse levantamento permite visualizar riscos, corrigir falhas e adotar medidas mais seguras.

2. Estabelecimento das finalidades de uso

A farmácia deve informar claramente por que os dados estão sendo solicitados. Por exemplo:

  • Participação em programas de fidelidade

  • Emissão de nota fiscal

  • Personalização de ofertas de produtos de saúde

É fundamental que essa comunicação seja transparente e, preferencialmente, documentada.

3. Coleta e gestão do consentimento

O cliente deve autorizar de forma livre, informada e específica o uso de seus dados — especialmente os de saúde. E, mais do que isso, precisa ter alternativas caso não deseje fornecê-los, sem ser penalizado.

Se o consentimento for retirado, a farmácia deve interromper o uso dos dados imediatamente e, quando solicitado, eliminá-los.


Consentimento vs. outras bases legais

Embora o consentimento seja a base mais comum, a LGPD permite o uso de bases legais alternativas, como o legítimo interesse. No entanto, ele só pode ser aplicado quando:

  • Não há violação de direitos do titular

  • A finalidade é legítima e necessária

  • Há documentação clara, como o Relatório de Impacto à Proteção de Dados (RIPD)

Em situações que envolvem dados sensíveis, o legítimo interesse deve ser usado com extremo cuidado.


Segurança da informação nas drogarias

Adotar boas práticas de segurança da informação é essencial. Entre as medidas recomendadas:

  • Criptografia de dados

  • Uso de softwares seguros

  • Controle de acesso aos sistemas

  • Políticas de senhas fortes e trocas periódicas

  • Monitoramento de possíveis vazamentos

Além disso, é fundamental ter planos de resposta a incidentes em caso de violação de dados.

Nomeação do Encarregado de Dados (DPO)

O Data Protection Officer (DPO), ou Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais, é o profissional responsável por:

  • Ser o ponto de contato com os titulares e com a ANPD

  • Monitorar a conformidade com a LGPD

  • Coordenar treinamentos e auditorias

  • Gerenciar riscos e responder a incidentes

Mesmo que não seja obrigatório para pequenos estabelecimentos, ter um DPO é uma boa prática de governança.


Treinamento da equipe: um pilar da conformidade

Para que a LGPD seja aplicada corretamente nas farmácias, é essencial que todos os colaboradores entendam suas responsabilidades no tratamento de dados. Atendentes e farmacêuticos devem ser treinados sobre os princípios da lei, como coletar consentimento de forma adequada, proteger informações sensíveis e agir diante de solicitações dos clientes.

Esse conhecimento evita erros comuns e fortalece a confiança dos consumidores. Atualizações periódicas também são importantes para manter a equipe preparada frente a mudanças na legislação ou novos riscos de segurança.


Atendimento ao titular de dados

As farmácias devem garantir um canal acessível para que os consumidores possam:

  • Confirmar a existência de tratamento de seus dados

  • Corrigir informações incorretas

  • Solicitar exclusão ou portabilidade

  • Revogar consentimentos

Isso demonstra respeito e fortalece a relação de confiança com o cliente.


Fiscalização e sanções da LGPD

A ANPD é responsável por fiscalizar o cumprimento da lei. As sanções aplicáveis às farmácias que descumprirem a LGPD incluem:

  • Advertência

  • Multa de até 2% do faturamento, limitada a R$ 50 milhões por infração

  • Suspensão do uso de dados

  • Publicização da infração

A fiscalização está cada vez mais ativa, especialmente em setores que lidam com dados sensíveis, como a saúde.

Benefícios da adequação à LGPD

A conformidade com a LGPD não é apenas uma obrigação legal — é uma oportunidade estratégica. Entre os principais benefícios:

  • Proteção da reputação da marca

  • Aumento da confiança dos clientes

  • Redução de riscos jurídicos

  • Diferencial competitivo

  • Melhoria na gestão de dados e processos internos


Conclusão

Adequar-se à LGPD é um passo essencial para qualquer farmácia que deseja operar com segurança, legalidade e ética no tratamento de dados pessoais.

Mais do que evitar multas, estar em conformidade é cuidar da privacidade e da saúde digital dos seus clientes. Com mapeamento dos dados, práticas seguras, capacitação da equipe e diálogo transparente com os consumidores, sua farmácia estará preparada para um futuro mais confiável e responsável.

Fontes:
ANPD;
Saúde Business.