As transformações digitais na saúde deixaram de ser tendências e se tornaram realidade. A parceria entre a operadora de saúde Hospital Care e a startup de tecnologia em saúde Dhauz representa um marco significativo nesse processo ao aplicar inteligência artificial (IA) na gestão hospitalar. O objetivo é claro: tornar os processos mais eficientes, reduzir desperdícios e melhorar a qualidade do atendimento ao paciente. Mas como essa tecnologia tem sido aplicada na prática? Quais são os impactos reais na rotina dos hospitais?
Neste artigo, vamos explorar em profundidade essa parceria inovadora e entender como a IA está moldando o futuro da saúde no Brasil.
A parceria entre Hospital Care e Dhauz
Hospital Care é uma holding que atua no setor de saúde suplementar, integrando hospitais, clínicas e operadoras. Já a Dhauz é uma healthtech especializada no desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial e análise de dados para a área da saúde.
Essa parceria entre as duas empresas tem como foco o uso da IA para análise de dados clínicos, administrativos e operacionais, gerando insights que otimizam desde o atendimento até a gestão de recursos. A iniciativa está sendo implementada inicialmente em hospitais do grupo localizados no interior de São Paulo, como em Campinas e Ribeirão Preto.
Segundo informações divulgadas pela Saúde Business, a ferramenta da Dhauz é capaz de prever riscos clínicos, sugerir condutas baseadas em evidências e identificar gargalos na operação hospitalar, promovendo uma gestão mais proativa.
Inteligência Artificial na saúde: conceito e aplicações
A inteligência artificial aplicada à saúde não se limita a robôs ou assistentes virtuais. Ela envolve sistemas capazes de aprender com dados, identificar padrões e oferecer soluções em tempo real.
Aplicações práticas da IA na saúde
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Análise preditiva: prever internações, complicações clínicas ou reinternações com base no histórico do paciente.
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Gestão de leitos e recursos: otimização da ocupação hospitalar e alocação de equipes.
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Apoio à decisão médica: sugestões baseadas em diretrizes clínicas e dados científicos.
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Redução de fraudes e desperdícios: análise em tempo real para identificar inconsistências em cobranças e procedimentos.
Benefícios diretos para pacientes e gestores
A aplicação da IA vai além da eficiência administrativa. Ela traz benefícios concretos tanto para os gestores quanto para os pacientes:
Para os gestores hospitalares
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Visualização em tempo real dos indicadores de desempenho.
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Tomada de decisões mais rápidas e baseadas em dados confiáveis.
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Prevenção de crises operacionais por meio de alertas automatizados.
Para os pacientes
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Maior segurança no atendimento.
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Redução no tempo de espera e nas taxas de readmissão.
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Diagnósticos mais precisos com menor margem de erro humano.
Casos de sucesso e resultados esperados
De acordo com o portal IT Forum, a Hospital Care projeta uma redução de até 15% nos custos operacionais com o uso da IA. Isso é possível por meio da eliminação de desperdícios, otimização de processos e prevenção de eventos adversos.
Além disso, conforme divulgado pela Health IT Analytics, sistemas semelhantes nos Estados Unidos conseguiram reduzir taxas de mortalidade em UTIs e aumentar a rotatividade de leitos sem comprometer a qualidade do atendimento.
O papel das healthtechs no avanço da IA na saúde
As healthtechs, como a Dhauz, são as principais responsáveis por acelerar a digitalização da saúde no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o país já conta com mais de 900 startups voltadas à saúde — muitas delas focadas em soluções de inteligência artificial, machine learning e big data.
Essas empresas têm como diferencial a agilidade na entrega de soluções tecnológicas e a capacidade de personalização dos sistemas conforme a necessidade de cada instituição.
Desafios da implementação de IA nos hospitais
Apesar das vantagens, a implementação da IA ainda enfrenta desafios importantes:
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Integração com sistemas legados: muitos hospitais utilizam softwares antigos e pouco compatíveis com novas tecnologias.
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Capacitação de profissionais: é necessário treinar as equipes para interpretar e utilizar os dados fornecidos pelas ferramentas de IA para se ter profissionais qualificados em todas as áreas.
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Privacidade e segurança dos dados: a proteção das informações dos pacientes é uma exigência legal e ética.
Futuro da IA na saúde: o que esperar?
Tal inovação promete continuar sendo uma das forças motrizes da saúde digital. No médio prazo, espera-se que a IA seja integrada a todos os níveis da jornada do paciente, desde a triagem até o pós-alta.
Especialistas apontam que a personalização do cuidado — baseada em dados de estilo de vida, genômica e histórico médico — será o próximo grande passo. Além disso, tecnologias como o chatbot clínico, monitoramento remoto e IA generativa estão em fase de teste e podem em breve fazer parte da rotina hospitalar.
Conclusão
Com essa parceria entre a Hospital Care e a Dhauz, é perceptível que a inteligência artificial na gestão hospitalar brasileira já é uma realidade transformadora. Ao utilizar tecnologia de ponta para analisar dados e apoiar decisões, as instituições não apenas economizam recursos, mas oferecem um atendimento mais seguro, eficiente e centrado no paciente.
Ainda há desafios a serem superados, mas os resultados iniciais demonstram que investir em IA não é mais uma opção, e sim uma necessidade estratégica para o setor de saúde.
Fontes:
Saúde Business;
IT Forum;
Health IT Analytics;
Abstartups;
Exame.